Tomorrow Never Lies
[“Tomorrow Never Lies” era um possível título para o 18º filme do James Bond mas, graças a um erro de impressão, surgiu “Tomorrow Never Dies” que cativou tanto o estúdio que este decidiu adoptá-lo. “Tomorrow never Dies” foi lançado em 1997.]
Nota: Queria advertir que este post é um post de teor mais pessoal...
Há uns tempos atrás eu estava com saudades, lembrando meus tempos de infância e, assim, procurei na internet informações sobre um dos maiores marcos da minha vida: o Colégio de Rio Bonito.
Porém, não encontrei informações suficientes para satisfazer minha curiosidade e por isso resolvi ir ao site da cidade da minha infância lá no Brasil (
Rio Bonito) e escrever uma mensagem, na esperança desta ser reencaminhada para as pessoas certas.
Mas, não é costume dar atenção a pedidos assim porque as pessoas iriam fazer trabalho extra, etc. Por isso não fiquei muito animado e até esqueci.
Até que, dia 13 de Novembro, recebo, para meu espanto, um e-mail do Sector de Informática do Colégio de Rio Bonito, a pedido da directora Eunice (“Tia” Eunice – no Brasil, os alunos tratam os professores primários carinhosamente por “Tio(a)”. A tia Eunice foi a directora do meu tempo), me enviou um conjunto de fotos do seu arquivo onde eu estava.
Reparem bem na situação que é bem curiosa. Eu, estudei no colégio de 1989 a 1992 (dos 4 aos 7 anos) e nunca mais entrei em contacto com alguém de lá e agora, com 22 anos, com uma apresentação pouco pormenorisada (praticamente só o nome e a idade) numa mensagem deixada no site da cidade recebo fotos que foram tiradas do arquivo (do meio de tantas outras fotos com tantas outras crianças) porque eu estou nelas.
Fico admirado como o caso foi tratado com uma atenção tão individual e como eu ainda sou lembrado.
Memórias do Colégio
Um colégio que, ainda hoje, seria considerado de luxo.
Todos os alunos tinham que usar uniforme. Todos os dias, antes das aulas começarem, as várias turmas ficavam em fila no salão para cantarmos o hino nacional, da escola e receber avisos e depois, ordenadamente, cada fila seguia a professora para a sua respectiva sala.
Me lembro: dos campos; do recreio; dos animaizinhos que tinhamos
(na parte que, aqui em Portugal, é chamado pré-primária); dos brinquedos; das aulas; das festas; das professoras;... e até uns amiguinhos.
Também não podia deixar de fazer referência ao edificio.
Tinha um jardim interno com a imponente árvore; um grande salão no 2º piso onde viamos filmes e faziamos festas; a biblioteca
(que tinha uma escada muito ingrime e escura que me dava medo de subir porque, como era pequeno, os calções me prendiam os movimentos e por isso tinha dificuldades em subir os degraus – nunca disse isso a ninguém e por isso só entrei lá uma ou duas vezes com a professora); o bar; a entrada principal; a secretaria e perto dela o telefone vermelho que trabalhava com fichas;... até os bebedouros!
Resultados do Colégio
Num
post passado , eu disse que
“penso que é muito interessante olhar para as pessoas e depois imaginar a infância que tiveram [...]Da mesma forma, olhar para crianças e jovens de hoje e pensar “Que tipo de adulto será este amanhã?”.” Até continuei essa ideia no
post seguinte.
Pois é, eu fui moldado e socializado no colégio de Rio Bonito. Claro que, graças a Deus, sempre tive um lar equilibrado mas a formação estudantil começou no colégio.
O que hoje considero uma vantagem competitiva pois me alicerçou bem.
No outro dia, ao rever as avaliações minhas na escola primária aqui, em Portugal, reparei que o que as características que mais chamava atenção as professoras sobre mim era que: eu era imaginativo e bastante comunicativo sendo bem articulado no vocabulário e que eu contestava as regras.
Não acho que cheguei a ser catalogado como indisciplinado ou “o terrorista da sala” mas tinha sempre uma postura de questionar os procedimentos.
Claro, que se uma pessoa se vê integrada na organização e conhece bem a sua posição na missão desta, ela irá ter um desempenho melhor (é isso que se aprende em gestão).
O colégio me deixou acostumado a elevados padrões e uma ordem/postura própria que, chegando em Portugal, a uma escola pública foi, de certa forma, escandalizante.
Hoje em dia, penso que meu maior ponto fraco, como estudante, coincide com a minha maior vantagem: ser inteligente.
Ponto fraco: Porque permite me dar ao luxo de ser preguiçoso; e algumas vezes pode me destacar.
Vantagem: Porque sei que posso deixar os outros terem um avanço que depois com minha desenvoltura consigo alcançá-los.
Pela minha maneira de ser, bem descontraída, as pessoas não costumam me levar a sério. Aliás houve gente que pensava que eu não ia conseguir chegar ao Liceu (10º ano de escolaridade)... pois agora já posso dizer com orgulho para todos que sou finalista da Lincenciatura de tecnologias de Informação e Comunicação na Universidade de Aveiro e meu irmão é formado em economia e agora está fazendo o seu mestrado.
Beijos para todos, em especial para a Tia Eunice!