Why don't we cut you up into little pieces and feed you to your pooches? Hmm? And then we'll see how loyal a hungry dog really is.
[Citação do Joker, no filme Batman: The Dark Knight]
Desligar-se das situações nem sempre é um exercício fácil porque temos muitas vezes que compreender o ocorrido e reflectir para podermos antecipar uma situação futura e evitar que se cometam os mesmos erros.
Nessa hora, adoptamos um pensamento analítico e estruturado que percorre algum percalço, em ciclo, até compreender a sua mecânica de funcionamento.
Essa característica reflecte algo chamado “peso da responsabilidade”.
O peso acarreta a maturidade pois se uma pessoa é madura, consciente e íntegra vai tentar ser racional antes de tomar as decisões da sua vida para que depois não faça coisas que venha a se arrepender. Irá proteger o seu investimento (e quanto maior o investimento, maior a responsabilidade)!
Eis os ingredientes para uma personalidade forte!
Uma pessoa assim não é facilmente influenciável mudando sua maneira de ser e opiniões conforme o meio e/ou companhias.
Se há característica que não é muito honrosa ou até digna de confiança, é a inconstância.
Claro que é cómodo mas ser volátil é uma covarde estratégia que pode ajudar a sobreviver no mundo porque a pessoa consegue camuflar-se (anular-se e omitir-se) e colar-se a outros (bajular) de maneira a ultrapassar certas situações, aproveitando-se delas.
Logo, como se pode confiar em alguém sabendo que ela vive conforme o seu interesse passageiro e imprevisível?!
Seria muito mais fácil não firmarmos os pés no chão, principalmente quando vemos que se avizinha um grande temporal e que uma grande onda irá se abater sobre nós!
Parece ser muito mais fácil, nos deixarmos levar pela maré e seguirmos a onda mas o custo dessa atitude é a violação da nossa auto-estima e fracassarmos.
Como fica uma pessoa sem personalidade quando se vê sozinha a encarar uma situação?!
Desorientada, no mínimo. Tudo porque nunca teve a coragem de enfrentar uma situação e, como temos medo de tudo aquilo que desconhecemos, uma situação nova vai dar a insegurança ou hesitação, que poderá não ser muita, mas será a suficiente para não agirmos no momento certo!
Uma pessoa assim nunca passará de uma existência medíocre e nunca irá saborear a vitória e a independência na sua plenitude!
Não sei... posso ser eu que estou a ver essas pessoas dá mesma maneira que eles se vêm!
Mas... enquanto a vida é uma estrada que segue em linha recta vamos acelerar ao máximo, sem pensar que mais a frente poderemos encontrar uma curva!
"Escrevi sobre... sapatos!"
[Palavras escritas que agora ganham novo significado, força e vida. Datado de 13 de Setembro de 2008, às 1:30]Já alguma vez usaste um sapato tanto tempo e a andar tanto por terrenos tão acidentados que ele começou a pesar muito e a magoar os pés e depois chegas a altura que podes tirar o sapato mas nem o queres tirar porque, embora saibas que vais ter um grande alivio, sabes que vais fazer grande esforço ao tira-lo e vai ser até um processo doloroso?
E depois de descalçar o sapato?!
Pobre pé! Parece que até estar exposto à simples brisa o trás dor de tão maltratado que estava. Agora ele (o pé) merece um descanso, um carinho, um tempo para dedicar a ele.
Mas o sapato foi bastante útil! Foi ele que nos protegeu na caminhada e que, querendo ou não, nos ajudou a chegar até aqui. Com muita dor, sim! Mas sem ele não teríamos conseguido fazer a caminhada porque iríamos desistir logo de início nas primeiras pedras porque nossos pés não iriam aguentar.
Estou numa situação semelhante.
Explico:
Andei muito tempo com protecções que me pesam, me apertam, me magoam e agora sinto que estou seguro para tirá-las mas elas estão tão apertadas, tão bem presas que parecem não querer sair e doem tanto se tentar tira-las…
Elas protegeram mas também me marcaram.
Foram essas protecções que me ajudaram a atravessar tudo aquilo que passei e que me ajudaram a chegar agora neste ponto onde eu vejo que já não preciso delas. Protecções rústicas que fiz na minha caminhada a medida que via necessidade de me proteger. Protecções do meu coração, do meu “eu”.
Não tenho nenhum rancor contra elas. Não as vejo com mágoas.
Pelo contrário, reconheço nelas o seu valor de me manter vivo. Elas que me ajudaram a sobreviver nos momentos difíceis e elas que me fizeram chegar mais longe.
Ao vê-las lembro-me das situações que elas me livraram, dos golpes que ampararam, do tempo que me camuflaram ou como me ajudaram a atravessar temperaturas adversas, daqueles espinhos que elas resistiram com toda a sua força ao tentar me proteger deles… Cada furo, cada corte, cada queimadura que elas têm conta uma história que não me é agradável e essas marcas delas estão todas duplicadas em mim porque muitos daqueles golpes passaram… Mas eu sobrevivi!
Mas é tempo de descansar.
Já não há necessidade de carregar esse peso. Todo esse equipamento de guerra pode ser colocado de parte. Estou em paz! Alcancei o destino.
Parece que já nem estou habituado a ser assim livre! Sinto-me leve mas também um bocado exposto. Que esquisito!
Mas por incrível que pareça, descanso. Reclino-me e deixo-me estar quieto. Já não estou sobressaltado, sempre alerta, com meu instinto de sobrevivência pronto para o combate. (Isso também me deixava muito esgotado)
Em vez disso vejo detalhes que sempre me passaram despercebidos. Admiro pequenas coisas que são tão belas, suaves, agradáveis que eu, com aquilo tudo em cima, nem dava conta.
Assim estou feliz… e, depois de tanta luta, acho que mereço este descanso!
