Think happy thoughts!
Uma das grandes características da infância é a magia que ela tem! Vivemos sem grandes preocupações porque o nosso universo é pequeno. Então podemos nos dar ao luxo de sonhar sem muitas elaborações e criar fantasias e brincar com a realidade.
Mas, há um ponto da nossa vida em que a própria vida começa exigindo mais de nós e então temos pouco tempo para sonhar e o sonho já não é prioridade na nossa vida.
Acho que até pode deixar de fazer parte da nossa rotina diária e, por isso, começamos a menospreza-los, evita-los, desvaloriza-los para essa separação não ser tão dolorosa.
Mas eles continuam a existir e, as vezes, só precisam de alguma coisa que os faça despoletar para voltarem a se infiltrar na nossa mente.
A sensação que se tem quando voltamos a sonhar é que voltamos a ser crianças. O que acontece é que podemos ser guiados por uma fantasia e a realidade não tem o mesmo domínio sobre nós.
Num mundo onde há stress e onde a realidade do dia-a-dia por vezes é dura talvez sonhar seja algo de bom que nos vem abrigar.
Queria dizer que voltei a sonhar!
Não que alguma vez tivesse parado de o fazer. Nunca houve esse corte porque tenho consciência que preciso da minha imaginação para simular a realidade e pensar sobre ela.
Mas... desta vez estou sonhando em grandes proporções e o melhor de tudo é que não sou o unico.
O meu sonho está se misturando com a realidade e a realidade está mais bem feita que o meu sonho.
Sempre tive medo de ser confrontado com meus sonhos de infância porque eles sempre foram melhores que a realidade. Por isso, não gosto de ver as séries que eu gostava quando era pequeno (como Macgyver, Esquadrão Classe A,...) porque ao ve-las agora vou contestar muito a sua qualidade.
Mas o meu sonho agora não é tão fantasioso. Agora meu sonho é bem mais acessivel.
Será que os sonhos também ficam menos ambiciosos e ousados? Ou também amadurecemos no sonhar? (por exemplo: quando era pequeno sonhava em construir um robot gigante -por ver as séries japonesas- hoje já sonho só em com coisas mais construtivas).
Deal or no dealEu comentei sobre o comportamento da sociedade face ao acordo ortográfico, no ultimo post. Expliquei que não ia me pronunciar tanto sobre a parte técnica por não ter informações suficientes e, por isso, poder induzir os outros em erro.
Agora foi levantada a questão para mim: afinal, sou a favor ou contra o famoso acordo?
Eu considero que a lingua é uma ferramenta da comunicação. Sendo assim, é natural que ela sofra transformações e precise de passar por uma revisão e reciclagem de vez em quando de forma a se ajustar a dinâmica social.
Também conseguimos ver facilmente que a lingua portuguesa, quando usada no seu estilo mais erudito, é bastante semelhante tanto no Brasil como em Portugal, por isso, a argumentação de fortalecer a lingua e ajudar ao comércio e editoras parece convincente.
Acordar em desacordar
Vejo, na televisão, que o Brasil está fazendo toda uma campanha para divulgar o acordo ortográfico. Há realmente um esforço nacional para se reeducar e se adaptar ao acordo.
Porém... aqui, em Portugal, não vejo isso.
Claro que há a tradição portuguesa de fazer as coisas na ultima hora. (confesso que desconhecia esse factor e ainda não me habituei a ele. Por isso que sou sempre um dos primeiros (se não for O primeiro) a esperar nos locais e depois de algum tempo chega sempre um português que admite a culpa invocando a tradição) Então, sabendo que têm um prazo que ainda não chegou...
Mas há a acomodação e indiferença “normal” que é compreensível por ser a tal tradição mas também encontramos um fenómeno que aparece em ocasiões muito inusitadas: o patriotismo desenfreado.
Porque esse fenómeno é estranho? Quero lembrar que em 2004 foi o Scolari que apresentou a bandeira aos portugueses e pediu para apoiarem a seleção. No meu post anterior, falo da importância da presença e do apoio e que isso mostra uma sensibilidade, atenção e amor. Se é preciso haver apelo na televisão (por um treinador estrangeiro) para vestirem as cores do país, adoptarem a bandeira e estarem presentes a apoiar... onde está o amor?!
Então, há o tal patriotismo desenfreado que faz com que as pessoas vejam que está ameaçada a sua imagem nacional (qual imagem?) e por isso fazem campanhas e acordos para desacordar e minar aquelas potenciais ameaças.
O acordo por mim, sinceramente, não faz diferença para mim. O que me incomoda são os revolucionários do momento que fazem correntes nos e-mails “minha pátria, minha lingua”, etc, etc, etc...
Para fazer campanhas com grande impacto, há que saber manipular a ignorância dos manifestantes e, assim, nesse meio encontramos um monte de erros e coisas sem sentido que são faladas só para atiçar essa gente que parece que acordou agora de um sono e por isso ainda está meio desorientada. “Ahhh ‘pacto’ vai ser ‘pato’! Quac-quac!” – Mentira! Mas... um manifestante não vai ver se isso está certo porque o importante é fazer barulho. Não é pela causa... é só mesmo pelo barulho.
A realidade é que houve um acordo de todos os países que falam português para unificarem a ortografia (e não a lingua). Será que foi boa ideia?! Não sei. Também vou ter que me acostumar com a ideia. Agora usar a desculpa para ser xenófobo...
De maneira bem pessoal, dói-me essa aversão ao Brasil. “Qualquer outro país é bem vindo mas aqueles caras que criamos e cresceram mais que nós...”
Disto surgem mitos urbanos: “_Ahh la no Brasil é assim mesmo! _Mas... você já foi no Brasil? _Não... mas me disseram.”
E aproveito para dizer uma coisa: Devia haver uma regra! Uma norma imposta pela decência que dizia algo do tipo: Se só colocas defeito numa coisa, é indecência tua usufruir disso! Porque encontro gente falando mal sempre mas depois de onde vão tirar musicas e outras coisas?!
Quero dizer que os brasileiros não têm defeitos? Não, claro que não. Mas também não podemos olhar só pelos estereotipos, porque se formos por eles até o Zé Povinho português é um total idiota!
Tenho aqui muitas ideias soltas mas... acho que dá para ver o sentimento que impera!
Sugiro também a agradável leitura do post de um amigo sobre o assunto.
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