A sociedade baseia-se em trocas.
Há comportamentos que desencadeiam outros e, conhecendo estes fenomenos, podemos prever e agir de forma a conseguirmos um determinado resultado de uma situação. Raramente o resultado é o ideal mas trata-se do mais acertado no nosso discernimento, da altura.

Até os comportamentos que consideramos desviados da conduta adotada pela generalidade da população podemos identificar aqueles elementos que os originaram.

Voltando as trocas...
Há um código implicito de conduta. O famoso “uma mão lava a outra”, ou seja, se eu sou simpatico logo receberei em troca simpatia; se eu sou amavel receberei amor; se eu sou um egoista sadico não posso me admirar se levar uma esfrega de vez em quando, como se fosse “uns toques” a dizer: acho que podias trabalhar mais nessa tua personalidade.

Mas eu acho que muitas vezes não se compreende a dimensão da complexidade de como estas situações são concebidas.

Uma pessoa conhecida está do seu lado.
Essa é a primeira leitura e também é a mais básica e superficial que nem arranha a superficie do cerne da questão. Há uma quantidade enorme de informações transmitidas simbolicamente apenas nessa simples diposição (daquela altura em particular).
Aqui está representado o apoio quando se vê que uma pessoa, de maneira voluntária, se colocou ao seu lado; cumplicidade quando vê ao lado uma companhia; um concordar de posição e postura; os dois estão se vendo como iguais estando ao mesmo nivel; uma proteção (isto acontecia no inicio da civilização e ainda acontece hoje, nem que seja proteger contra o tédio de se estar sozinho); uma aceitação; um reconhecimento e consideração; ...

Uma presença é tão importante.
Sabe o valor da presença quem está sozinho, ainda mais se estiver no meio de uma multidão que lhe parece estranha.

Por isso que se faz a “politica de boa vizinhança”, que se trata justamente disto.

Nesta era virtual, é uma politica de boa vizinhança ir comentando as vezes nos perfis/blogs de amigos... ou só lhes dar uma palavra no msn...

Você mostra que se interessou pela pessoa e resolveu fazer disto um testemunho mais publico. Nem que seja um “olá” mas pelo menos você se deu o trabalho de passar e marcar sua presença.
Agora a bola está no outro campo e cabe a outra pessoa corresponder ou não esse input. Logicamente, diferentes respostas levarão a diferente formas da história desenrolar.

No outro dia, tive uma conhecido (que até considerava amigo) que resolveu, em vez de lidar com uma situação, ficar simplesmente calado. Claro que achei uma falta de consideração e que qualquer resposta, por mais absurda que poderia soar a mim, seria melhor que nada porque afinal ele, pelo menos, inventou uma mentira para tentar atenuar, adiar ou de alguma forma encobrir a situação.
Como isso não aconteceu, a dita amizade ficou bastante compromentida. Não sinto confiança naquela pessoa agora...

Eu considero que na vida tudo é um teste. Nenhuma situação é definitiva mas, sim, uma etapa, uma prova para passarmos a um proximo nivel.

Escrevi isto tudo porque tive consciencia de como uma presença faz falta nos detalhes que muitas vezes vemos como insignificantes.
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