Side by side
Instituição e organização são duas palavras utilizadas na sociologia das organizações. Instituição está relacionado com a cultura social e todos os conceitos que estão socialmente partilhados e/ou aceites enquanto organização é a forma como nós nos organizacionamos no meio.
Sempre que falamos em organização pensamos logo em algo como empresas, associações, etc... mas uma organização é um conjunto de pessoas reunidas com o mesmo propósito (como uma familia, e outras organizações menos formais).
Dizem que 80% das nossas escolhas são baseadas no medo. Será que aqueles grupos nos quais nos inserimos também o fazemos por medo?!
Pode ser muito provável que sim! Os grupos são maneiras que temos para estarmos juntos com aqueles que temos, de alguma forma, uma ligação e essa ligação é o propósito em comum.
Entrar num grupo é sempre muito dificil porque há um medo de rejeição por aqueles que já pertencem a ele e o medo de entrar numa nova rotina, conhecer pessoas novas, procurando encontrar o seu espaço/papel num novo ambiente de novas regras de conduta.
Sair de um grupo também é dificil porque vamos abandonar uma rotina, uma posição social que já tinhamos alcançado.
Muitas pessoas escolhem não sair de grupos, mesmo não se sentindo bem no grupo que actualmente estão, porque não querem enfrentar esses novos desafios. Teriam que ter uma grande desenvoltura social para alcançar a aceitação de outro novo grupo e recomeçar, muitas vezes do zero, a escalada nessa outra hierarquia. O novo ambiente já não será conhecido e previsível, por isso será preciso estar preparado para se adaptar a coisas novas.
Porque escrevo isto?!
Porque, a cerca de um ano, saí de um grupo. A época coincide mais ou menos com o inicio do blog e, por isso, tenho a tendência de fazer estes balanços quando penso no blog.
O grupo referido era miserável e atrofiante porque seus (ir)responsáveis não tinham autoridade (porque eles e os seus eram os primeiros a quebrar as regras) e isso os tornava desgraçados, hipócritas, frustrados, invejosos, egoístas e, na ganância vã de alcançar (finalmente) algum respeito por parte dos outros e no seu senso de impunidade, manipulavam e distorciam a realidade a seu favor sendo covardes, desonestos, interesseiros, preconceituosos, arrogantes abusando da autoridade que supostamente tinham legislando em causa própria nesse processo.
Alienavam-se por se acharem os únicos detentores da verdade absoluta! Pura vaidade e convencimento!
Camões diz: “Um fraco rei faz fraca a forte gente”
(entenda-se “rei” como alguma pessoa que tem o cargo ou a obrigação de se responsabilisar pelo povo) e isto é um facto!
Factores que dificultaram a saida do grupo foi o longo período de estadia nele, a ideia de que ainda podemos marcar a diferença ou ajudar a mudar e o fechar os olhos e relevar as situações utilizando a ignorância das pessoas como sua desculpa. Mas a decadência estava a multiplicar-se e as máscaras a cair e por isso decidi sair.
Um grupo em situações de decadência deste tipo acaba rápido porque implodem! Sua estrutura interna se corrói até desmoronar-se...
Assim sendo, a pior coisa que se pode fazer é, simplesmente, se afastar porque eles na sua loucura acabam por se extinguir!
Pontos positivos?! Depois de conseguir se libertar de situações como estas a pessoa se sente leve, sem opressão e assim dá mais valor as coisas. Também consegue ter um maior discernimento em relação as pessoas sabendo distinguir suas máscaras.
Hoje, me considero mais leve e liberto e isto me dá ousadia e saúde. Com isso eu consigo rir de maneira sincera e consigo entrar em novos grupos porque sei fazer mais amizades.