“Am I not destroying my enemies when I make friends of them?”
[citação do 16º presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, 1809-1865]
“O ser humano é um animal social!” Isto é o que se aprende nas ciências que estudam o Homem e o seu comportamento e é certo porque os humanos são as criaturas mais desprovidas de meios de sobrevivência de todo o reino animal. Todas as criaturas têm caracteristicas que as destinguem e ajudam a sobreviver (podem migrar, camuflar, atacar, defender,...). Aquilo que define o ser humano é a sua capacidade de raciocinar.
Vendo o Homem que não sobrevive sozinho, agrupou-se em sociedades de maneira a cooperar com outros da sua espécie nas diversas tarefas.
Esta é a origem da sociedade mas, se pensarmos bem, também é bem semelhante à origem da amizade.
Porque da mesma forma, que houve/há e haverá sempre adversidades que nós, como simples seres humanos, não conseguimos enfrentar sozinhos. Muitas vezes precisamos de alguém para nos ajudar a levar a carga, esse “alguém” é um amigo.
Amigo é aquele com quem temos algo em comum. Esse “algo” tem que ser, pelo menos, confiança e estima.
Também é bom sublinhar que é necessário que os sentimentos sejam “comuns”, ou seja, presentes nos dois. Nesta situação, costumam dizer que “a amizade é uma estrada de dois sentidos” porque é preciso haver um mesmo nivel de esforço e empenho de ambas as partes, como a cooperação que há na sociedade.
Qual é a origem de um amigo? É uma pergunta que não sei responder bem porque pode ser algo que vai acontecendo ou instantâneo.
Como se vê quem é amigo? Esta já é uma questão que todos conseguem responder.
Quando estamos carregando aquela carga e alguém decide, voluntariamente, ajudar. Alguém que directamente nem irá desfrutar desse trabalho mas irá se alegrar com o nosso sucesso posterior.
A amizade é algo que se vai cultivando. Nesta parte é que aparece a tal “estima” que referi acima. A preocupação, o zelo e todo o cuidado é visto com todo o envolvimento e acompanhamento dado pelo amigo.
Não queria entrar pelas “frases feitas” mas há uma expressão, que se usa em inglês, que é bem sugestiva: “Watch my back”! Esta expressão é bem ilustrativa de como seria a confiança ideal ao ponto de se conseguir descansar acreditando que alguém está empenhado em “vigiar as nossas costas”.
Porque, perto dos amigos, há segurança. Existe aquele descanso em saber que estamos juntos de alguém que não tem más intenções em relações a nós e, por isso, podemos relaxar.
Uma das grandes tarefas do amigo é nos ajudar livrar dos perigos. Ele estará vigiando e se ver alguma ameaça irá nos alertar e nos ajudar a combater, mesmo que essa ameaça sejamos nós próprios!
Mas corre-se sempre grande risco ao deixar alguém entrar nessa zona de confiança pois lá as nossas defesas são menores.
Hoje em dia, é mais dificil ter amigos. A vida é feita de muita aparência e tudo é mais volátil!
Depois de pensar tanto como é a amizade concluo que é, realmente, um compromisso. Como naquele joguinho (não sei se pode chamar um “joguinho” mas pronto...) onde uma pessoa se deixa cair para trás e outra que está atrás a segura. Neste caso, é bom que esteja atrás um amigo, uma pessoa de muita confiança que se sabe que está atento e perto de nós e que se tem a certeza que, no momento certo, estará lá para nos segurar para não cair.