We get so much in the habit of wearing disguises before others that we finally appear disguised before ourselves.
[citação de Francois de La Rochefoucauld]
Depois de receber aqui um comentário da jovem Aline (a.k.a. “Simplesmente”) fui visitar o
blog dela para a conhecer e, caso encontrasse algum post interessante, comentá-lo. Encontrei um post, chamado
"Respostas", que captou a minha atenção de maneira particular porque fazia uma reflexão sobre uma situação que já me fez o que pensar mas acho que nunca tinha exteriorisado num post. A situação alvo da análise é quando as pessoas nos perguntam como estamos.
“Como estás?”
Parece um gesto simples de cordialidade mas o que é certo é que nos leva a fazer uma rápida avaliação da nossa situação no dado momento.
Nós nem sempre iremos responder o que pensamos porque, a maioria das vezes, trata-se mais de um gesto de cumprimentar, uma saudação passajeira do que uma pergunta sincera de preocupação onde a pessoa esteja disposta a parar e ter uma conversa extensa e/ou a ouvir problemas. Também temos que proteger a nossa privacidade e não andar por ai expondo nossas vidas e por isso iremos naturalmente omitir muita coisa. Embora haja pessoas que quando ouvem tal pergunta começam a contar suas desgraças com pessoas ou em ocasiões que nem sempre são apropriadas.
O que é certo é que se fosse para fazer essa pergunta com o intuido de receber mesmo uma resposta seria como pedir um relatório completo e honesto, coisa que não iamos saber como responder.
Por que nós não nos conhecemos!
Até certo ponto, eu acho que aprofundando a questão “como estás [agora]?” teriamos uma pergunta bastante filosófica tipo “quem és [agora]?”.
As variáveis que formam tal equação são tantas que nem conseguimos ter resposta para a pergunta. Na verdade, como estamos em constante mudança para nos adaptarmos às circunstâncias sempre temos novos estados que são únicos (porque é uma adaptação nossa, dos nossos recursos do momento, às circunstâncias no nosso ponto de vista particular, num espaço e tempo específico).
Por isso eu não sou o mesmo Hugo que era a 5 minutos atrás...
Quando comecei a escrever este post tinha algo em mente que é totalmente diferente do que tenho agora...
Para a resposta à pergunta “quem és?” acho que é mais relevante o “para onde vais?” do que o de “onde vens?”.
A origem da pessoa e seu passado não identifica ou caracteriza a pessoa tanto como o saber o que essa pessoa andeia no seu futuro. Porque uma pessoa pode ter tido uma grande infância ou juventide mas depois desperdiçar num futuro sem proveito.
Como aqueles casos de pessoas que têm todos os ingredientes para serem boas pessoas mas parece que escolhem não o ser. Pois bem, essa escolha é que caracteriza a pessoa. Acho que é uma grande agravante a pessoa supostamente ter tudo a seu favor e utilizar isso para fazer aquilo que é mal.
Da mesma forma, há felizmente aquelas pessoas que ninguém dava nada por elas, muitos desprezavam e que até podiamos dizer (se isso existisse) que até tinham desculpa para serem pessoas amarguradas e egoístas mas, em vez disso, conseguiram superar tudo isso...
Não importa como estamos, importa sim para onde vamos e como planeamos alcançar esse objectivo.
Vamos ter grandes objectivos e na nossa caminhada até eles vamos nos aperfeiçoando!