“And I want to thank you for all the enjoyment you've taken out of it.” [Quote do, já falecido, humorista americano Groucho Marx (1890-1977).]

A muito tempo não escrevo nada no blog. Tenho consciência disso e é algo que até me incomoda um bocado mas, ao mesmo tempo que penso que tenho que publicar algo, vejo que tenho andado com muitos trabalhos extras, muitas aulas, apresentações e até conferências internacionais – sobre este último tópico devo escrever um post brevemente, mas vejam já o link: http://www.bcs-hci.org.uk/hcied2007/index.php.

Mas, a Diana, me insentivou a escrever sobre um tema que até muito me agradou e que explica o título do post ("me agradou" não pelo conteúdo do tema, mas sim, pelo desafio que seria escreve-lo): o carácter.

No nosso livro de ética, “A contas com a Ética Empresarial”, o autor, José Manuel Moreira (que também é o nosso professor de Ética) diz, no final da página 40: ”A obsessiva admiração da riqueza é, em última instância, a grande e universal causa da corrupção dos nossos sentimentos morais.”

Este pensamento é que vem despoletar toda uma discussão e reflexão.
Como pode algo tão íntimo e pessoal que identifica as pessoas sofrer mutações tão drásticas e repentinas por questões tão fúteis?
Como toda a estrutura onde assenta a personalidade da pessoa pode variar tanto?
Como pessoas podem ficar tão insensíveis e se tornar desagradáveis de um momento para o outro? E será que elas têm consciência disso?

No outro dia, falavamos na aula de sociologia que a qualidade de vida de pessoas “com estudos” é maior porque elas, supostamente, têm um maior entendimento e consciência social que lhes foram transmitidos quando estudavam.
Mas então como encontramos gente que tem formação superior (engenheiros, doutores, professores...), ou gente que estuda no ensino superior tão desprovida de tal discernimento?

Comtemplar o poder, de maneira obcessiva, corrompe as pessoas?!
Sim! Para aqueles que não tem o poder, irão perseguir-lo incessantemente, custe o que custar e a quem custar (afinal “o fim justifica os meios”); e para aqueles que já o alcançaram, pode crescer a ostentação, arrogância, o menosprezar os outros, convencimento, presunção, senso de impunidade, e tantas outras coisas mesquinhas do estilo.

Esta fantasia leva as pessoas a: querer se impor graças a seus titulos, sobrevalorizando-os; querer usar os outros, manipular tudo e todos para o seu bem pessoal; fazer distinção de pessoas; ...

Este caso extremo, onde a pessoa parece perder a noção da sua própria mortalidade, se julgando, muitas vezes, Deus, afecta de maneira muito negativa toda a sociedade. Daí vem o título do post: “quero te agradecer por todo o prazer que você tirou disto”, porque assim como a alegria, a amargura que as pessoas carregam é nocivamente contagiante.

Para as pessoas próximas de alguém assim, parece que estão lidando com um gato. O gato é um animal muito “independente” que só se aproxima das pessoas se ele quiser a companhia porque senão ele fica onde quer fazendo aquilo que quer. Este entendimento egoísta que “os outros não têm necessidades mas só estão no mundo para suprir as minhas e eu posso viver bem sem eles” parece que é aquilo que sobe ao coração dessa gente.




Este é o meu ponto de vista.
Não irei fazer nenhuma conclusão porque, sinceramente, isto é algo que ultrapassa meu entendimento. Da mesma forma não farei votos de mudança porque sei que no mundo sempre houve gente assim e sempre haverá. Não estou sendo péssimista, mas sim, realista com estas constatações.
Ver o problema todos conseguem ver mas admiti-lo e depois corrigi-lo... já é bem mais difícil! Por isso, também não direi que “espero abrir os olhos das pessoas” porque as pessoas já estão com eles abertos. A questão agora é saber se elas querem ver.  ¶ 10:06 PM