Hoje, uma jovem open-minded nos ensinou a não sermos tão by the book!
Hoje, tivemos uma aula especial.
Uma jovem professora escolheu a nossa turma para trabalhar na sua tese (acho que é essa a história). A professora (que nos dá as aulas regularmente) nos avisou que teriamos essa aula mas mesmo assim foi surpreendente.
Só sei que foi uma aula bastante diferente.
Tudo começou quando chegamos a porta da sala e estava um bilhetinho rosa colado na porta a indicar outra sala. Chegando na outra sala, encontramos uma jovem sentada na mesa da frente montando seu computador... (Os detalhes da cor do bilhetinho e da postura pouco usual já deu a entender a mentalidade jovem desta prof!)
Pois aquela jovem nos deu uma apresentação e conseguiu cativar nossa atenção.
A apresentação dela foi cheia de apartes, comentários, piadas, histórias para ilustrar situações... coisas bem diferentes daquilo que estamos habituados.
Soubemos um bocado do seu backgound: Foi aluna do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, tal como nós; estudou com o prof Óscar; foi colega do prof Raposo; ja deu aulas em Viseu; actualmente reside em Londres onde trabalha com Alan Dix (que é uma autoridade no que diz respeito a usabilidade e assuntos dessa natureza no mundo virtual).
Antes mesmo da sua apresentação acabar, eu e o resto da turma, na nossa ganância, já estavamos querendo colocar mãos a obra. “Ok, ok... Blá blá blá... Já percebemos... Agora dá cá que eu faço!”.
Compreendendo nossa ansiedade (porque tem um sentido bem aguçado voltado para as reações dos alunos), ela abrevia sua apresentação e nos faz a vontade: Nos vai dar trabalho para fazer.
Retira o material: cartolinas, marcadores e canetas de variadas cores, papéis coloridos (rosas, laranas, verdes, vermelhos, amarelos, pretos...) de diversos formatos e dimensões, tesouras, colas; coloca esse material a inteira disposição e nos pede para fazer um protótipo de baixa resolução de uma aplicação.
Atenção que isto é tudo muito simples e estavamos num ambiente bem descontraido... Mas eu, que estava ansiosissimo para começar a trabalhar com aquele material todo, juntamente com a turma toda ficamos bloqueados. Uma cambada de marmanjos a olhar para os papéis e sem ter a mínima idéia do que fazer ou como fazer.
Todos a espera que a prof saia da sala para aproveitar e perguntar uns aos outros o que que tinhamos para fazer. Mas nem isso ajudou. (Não que a prof não nos tenha deixado suficientemente a vontade para perguntarmos na sua frente ou a ela propria...mas estavamos envergonhados!)
A prof teve que nos explicar mais umas 10 vezes. Dizer para deixarmos de ter o pensamento tão formatado, dizer para outro grupo “deixar de pensar como engenheiros”... foi para outro grupo mas estavamos todos assim.
Uma tarefa que supostamente seria estupidamente fácil (e é) nós não conseguimos nem começar a fazer. Tudo porque? A prof mesmo respondeu a essa pergunta e nos mostrou nossa dificuldade: estamos só habituados a ter tarefas bem determinadas, com objectivos claros, e seguir metodologias e receitas que depois basta ter uma simples tarefa, longe daquele ambiente préviamente preparado e fechado, que não sabemos o que fazer.
Pois eu, que sou um aluno de Tecnologias de Informação e Comunicação, que estudei Artes, que tenho jeito para trabalhos manuais, etc, etc, etc.... fiquei frustradissimo comigo próprio. Acho que foi um abanão bem enriquecedor!
Agora, graças a essas 3 horas de aulas (que passaram espantosamente rápidas sem intervalo e sem lanchar nem nada) acho que já fiquei bastante enriquecido. Aprendi mais como cativar um público, como fazer uma apresentação, como desenvolver o raciocínio... tanta coisa!
Ficamos todos a ver como estavamos tão limitados na nossa mente!
Depois disso só ficamos com carência de mais doses destas. Estes abanões são muito bons! Também ficamos nos questionando que professores tivemos que as aulas eram assim com um ritmo tão vivo?! Talvez o Tim Wallis, prof de inglês?!
*Uma aula com um prof com uma postura bem descontraída, que não cria aquela distância enorme entre aluno e professor, com uma mente jovem, um bom ritmo, sem preocupações com formalismos, que nos dá desafios, nos insentiva, sabe do que está a falar... isso parecia coisas de sonho mas hoje tive uma aula assim!
Também fomos convidados por ela a participar numa conferência que ela está a organizar...
Momentos assim de conhecimento tão enriquecedor e tão compacto costuma ser em visitas de estudo, como a que fizemos a IBM... mas também é possivel haver aulas, sim! (Dá é trabalho para o prof prepará-la).
Resumindo: Foi fantástico!
[caso encontrem algum erro, não reparem pois é pura distração e o spelling do word desactivado! Não viram nada nos outros posts, né?! Isto já está assim a um tempinho...]*: Seria injusto da minha parte, não recordar nem mencionar o prof Sérgio Maravilhas, de Metodologias em Ciências da Informação, que sempre nos motivou, estimulou, nos deu atenção sempre com um grande sorriso!